-VEÍCULOS A GASOGÉNIO EM ALCOBAÇA-
-Fleming de Oliveira-
Há
muita gente de Alcobaça, que se recorda ainda dos veículos movidos, a
gasogénio.
A
difícil situação económica que se vivia, impunha o aguçar do engenho. A
gasolina era pouca e difícil de obter. Pelo facto de o parque automóvel privado
ser muitíssimo escasso, havia alguns táxis, como os do Campos, para pequenas
deslocações, muito concretamente para o caminho de ferro em Valado de Frades ou
médico. O gasogénio foi uma solução encontrada, também, por outros
profissionais de transportes, como os dos autocarros ou camiões, normalmente a
partir da queima de combustíveis sólidos como o carvão (croque ou antracite) ou
lenha (madeira velha, cascas ou mesmo frutos secos), a qual produz gases que
fazem funcionar os motores de explosão, de modo semelhante à gasolina, embora
com menos potência (aproximadamente 30%) devido ao diferente e respetivo poder
calorífico e muito mais mal cheirosa.
Na
acentuada subida de Alcobaça para a Vestiaria, era frequente as pessoas terem
de se apear dos carros, para os empurrar e ajudar a seguir.
José
Fernando Lopes, recorda-se que chegava a fazer em bicicleta o percurso
Alcobaça-Caldas ou vice-versa sem encontrar um automóvel.
Ouvi
várias vezes referir a pessoas de Montes, que no tempo da II Guerra, dado a
falta de combustíveis e o racionamento generalizado, havia que ir buscar lenha
aos pinhais, que abundam em Alpedriz e arredores.
Como o
largo da Capela do Santíssimo, em Alpedriz, de que já falámos a propósito das
invasões francesas, era muito apertado, as camionetes carregadas com madeira
tinham dificuldade em fazer a manobra, pelo que com esse pretexto e alegando
que a pequena capela se encontrava em ruínas, foi decidida a sua demolição,
apenas dela se tendo aproveitado um curioso relógio de sol e o sino.
NOTA-cfr. o nosso, NO TEMPO DE SALAZAR, CAETANO
E OUTROS.
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